O Brasil melhora posição no ranking global de cibersegurança 2020

Vários países da América Latina avançaram no Índice Global de Segurança Cibernética, relatório apoiado pela International Telecommunication Union (ITU). Brasil, México, Uruguai, República Dominicana e Chile tiveram os melhores desempenhos na região.
Apesar de ainda haver várias tarefas pendentes na América Latina relacionadas à segurança cibernética, a maioria dos países latino-americanos conseguiu escalar posições no índice.
O país latino-americano com melhor classificação foi o Brasil, ocupando a 18ª posição no índice, seguido por México, Uruguai, República Dominicana e Chile. Ao subir 53 posições no ranking, o país também se tornou o terceiro melhor localizado na América, atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá.
O México passou da posição 63, em 2018, para a posição 52 no Índice Global de Segurança Cibernética 2020 da UIT. A avaliação do país foi de 81,68 pontos e, em nível continental, continua em quarto lugar em segurança cibernética, com os Estados Unidos e o Canadá novamente à frente, embora haja uma mudança no terceiro lugar, conquistado pelo Uruguai em 2018 e no ano passado. O Brasil subiu a esta posição.
A análise da União coloca o México como um país em desenvolvimento. Destaca-se que o indicador que tem se mostrado forte em cibersegurança são as medidas de cooperação com pontuação de 17,34, em 20 possíveis, apesar de obter a melhor avaliação em medidas técnicas, com 17,90.
Como área potencial de crescimento, a organização internacional menciona medidas regulatórias com o México atingindo sua classificação mais baixa com 14,70 pontos.
O Chile ocupa hoje a 74ª posição do ranking mundial, tendo se encontrado na lista anterior na posição 83. Ao mesmo tempo, o Chile subiu da posição nove no último GCI para sete.
Continue a leitura e saiba mais sobre o relatório e os fatores que levaram o Brasil a melhorar sua posição no ranking global de cibersegurança.
O que é o Índice Global de Segurança Cibernética (GCI)?
O Índice Global de Segurança Cibernética (GCI) é uma iniciativa da International Telecommunication Union (ITU), a agência especializada da ONU para TICs, moldada e aprimorada pelo trabalho de uma ampla gama de especialistas e colaboradores de países e outras organizações internacionais.
O Índice Global de Segurança Cibernética (GCI) é uma referência confiável que mede o compromisso dos países com a segurança cibernética em nível global, para aumentar a consciência sobre a importância e as diferentes dimensões do assunto. Como a segurança cibernética tem um amplo campo de aplicação, abrangendo muitos setores, o nível de desenvolvimento ou envolvimento de cada país é avaliado em cinco pilares: (I) Medidas Legais, (II) Medidas Técnicas, (III) Medidas Organizacionais, (IV) Desenvolvimento de capacidades e (V) Cooperação, e então agregados em uma pontuação geral.
Com base em uma abordagem e iniciativa de múltiplas partes interessadas, o GCI alavanca a capacidade e a experiência de diferentes organizações, com o objetivo de melhorar a qualidade da pesquisa, fomentar a cooperação internacional e promover o intercâmbio de conhecimento sobre o tema.
Índice Global de Segurança Cibernética (GCI) no mundo
Globalmente, os Estados Unidos obtiveram o melhor resultado com 100 pontos, seguidos de Reino Unido, Arábia Saudita, Estônia, Coréia, Singapura e Espanha.
Os países com pior classificação foram Honduras, Djibouti, Burundi, Eritreia, Guiné Equatorial e Coreia do Norte.
Micronésia, Vaticano e Iêmen são colocados na parte inferior do índice porque não forneceram informações.
Metodologia do Índice Global de Segurança Cibernética (GCI)
O índice reúne 82 perguntas sobre os compromissos de segurança cibernética dos países membros em cinco pilares: jurídicos, técnicos, organizacionais, de capacitação e medidas de cooperação.
Medidas Legais
Medição da maturidade das leis e regulamentos sobre crimes cibernéticos e segurança cibernética.
Este pilar avalia questões como: se os países avaliados possuem algum tipo de legislação sobre segurança cibernética, regulamentos de proteção de dados e regulamentos sobre infraestruturas críticas.
Medidas Técnicas
Medição da aplicação de capacidades técnicas por meio de organizações nacionais e setoriais.
Este pilar avalia questões como: se os países avaliados têm CSIRTs (Grupo de Resposta e Tratamento a Incidentes de Segurança da Informação) ativos, participam de um CSIRT regional e que dispõem de mecanismos de notificação para a proteção de crianças online.
Medidas Organizacionais
Avaliação das estratégias e organizações nacionais que aplicam a segurança cibernética.
Este pilar avalia questões como: se os países avaliados têm estratégias nacionais de segurança cibernética, agências de segurança cibernética, estratégias e iniciativas para a proteção de crianças online.
Medidas de Desenvolvimento de Capacidade
Medição de campanhas de conscientização, treinamento, educação e incentivos para o desenvolvimento de capacidades de segurança cibernética.
Este pilar avalia questões como: se os países avaliados realizam iniciativas de conscientização sobre cibersegurança, se possuem programas de programa e em cibersegurança e se declaram possuir indústrias nacionais de cibersegurança.
Medidas de Cooperação
Medição da colaboração entre agências, empresas e países.
Este pilar avalia questões como: se os países avaliados participam de parcerias público-privadas de segurança cibernética, que tenham acordos bilaterais de segurança cibernética e acordos multilaterais de segurança cibernética.
O Brasil sobe 53 posições no Índice Global de Segurança Cibernética (GCI) em 2020
No caso do Brasil, pesaram os planos do governo federal na digitalização de seus serviços públicos, bem como normas nacionais de proteção às informações dos cidadãos, como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
A subida também foi bem vista por especialistas, que ressaltam o trabalho que vêm sendo feito ao longo dos últimos 15 anos. Normas federais como a Lei dos Crimes Cibernéticos, de 2021, e o Marco Civil da Internet, de 2013, ajudaram a pavimentar o caminho e, acima disso, introduzir o tema entre as preocupações estratégicas do governo brasileiro. Esses avanços são uma resposta necessária à crescente ameaça que atores estatais ou não representam à segurança dos países.
O Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer na área de cibersegurança, mas a preocupação estatal evidenciada pela LGPD, por exemplo, é notável. O Brasil ainda peca por não ter uma cultura de cibersegurança e uma das maiores missões da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD) é criar e difundir iniciativas desse tipo no país.
Se você gostou do conteúdo, recomendamos que você acrescente à sua leitura o texto LGPD: Como se adequar aos 10 princípios de privacidade.
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